A nova etiqueta impulsiona a oferta e a procura de produtos energeticamente mais eficientes

A etiqueta energética de produtos consumidores de energia é, desde a década de 90, uma das ferramentas mais conhecidas dos consumidores de apoio ao processo de escolha de novos produtos.

Tem sido, desde o seu inicio, pela diferenciação que confere aos produtos, um fator-chave no apoio à inovação e ao desenvolvimento de novas tecnologias, mais eficientes e amigas do ambiente, estimulando quer a tanto a inovação dos fabricantes, como a procura mais informada e consciente por parte de consumidores e profissionais.

Concebida inicialmente com a escala energética entre A e G, a evolução tecnológica dos vários produtos ao longo dos anos tornou necessário ajustar esta escala introduzindo as classes A+, A ++ e A+++ para dar resposta a produtos mais eficientes. No entanto este acrescento de classes esgotou o seu potencial não sendo neste momento facilmente percetível para o consumidor a efetiva diferença entre classes e a mais valia de um produto de classe A face aos de classes A adicionais.

Assim sendo, em 2017 a Comissão Europeia publicou o Regulamento (UE) 2017/1369 relativo à etiquetagem da eficiência energética. Este regulamento substitui a anterior diretiva e introduz alterações substanciais na aplicação da etiqueta energética no mercado, a mais relevante e percetível das quais se configura no reescalonamento da classe energética, regressando à escala de A a G.

É neste contexto que surge o projeto Label 2020, para garantir a boa adoção deste novo regulamento e apoiar o mercado na transição para a nova etiqueta energética. Este projeto arrancou em junho de 2019 e durará até janeiro de 2023. É coordenado pela Agência de Energia Austríaca e está presente em 16 estados membros da União Europeia.

Os objetivos do projeto Label 2020 consistem no apoio a:

  • Consumidores e profissionais: através de campanhas informativas e eficazes, serviços e ferramentas.
  • Distribuidores: na implementação correta, eficiente e eficaz da nova etiqueta nos pontos de venda físicos e nos canais de vendas on-line.
  • Fabricantes: no fornecimento de informações corretas sobre as etiquetas e sobre os produtos.
  • Decisores políticos, multiplicadores e outras partes interessadas: na utilização e promoção da nova etiqueta no contexto legal nacional e na definição de programas e iniciativas de promoção da eficiência energética.

Convidamo-lo a entrar em contacto com a ADENE, o seu parceiro nacional do projeto, para beneficiar e participar na preparação das atividades de comunicação do Label 2020!

A tabela abaixo sintetiza algumas das atividades de divulgação planeadas no âmbito de implementação do projeto Label 2020 (podem variar por país):

Grupos-alvoPrincipais atores & multiplicadores Ferramentas e serviços a disponibilizar
Consumidores
  • Consumidores finais
  • Ferramentas de informação em versão mobile e web
  • Campanhas de informação
Profissionais
  • Prescritores
  • Profissionais responsáveis pelos departamentos de compras públicas
  • Associações habitacionais
  • Profissionais responsáveis pelos departamentos de compras de organizações privadas
  • Ferramentas de informação em versão mobile e web
  • Campanhas de informação
  • Ferramentas de cálculo
  • Critérios de aquisição (orientação sobre a utilização da etiqueta e os regulamentos de eco-design para a definição de critérios de aquisição específicos)
Distribuidores
  • Loja online
  • Home-centers/Loja física
  • Supermercados
  • Revendedores on-line
  • Ferramentas de informação para pontos de venda (TVs em loja, flyers, etc)
  • Módulos de informação e ferramentas para lojas online
  • Módulos de capacitação para vendedores
  • Ferramenta de e-learning
Fabricantes & Associações de fabricantes
  • Associações de fabricantes a nível nacional
  • Associações de fabricantes a nível da UE
  • Fabricantes, fornecedores, importadores
  • Informações online
  • Serviço de informação
  • Serviço de apoio a questões referentes à não conformidade com a regulamentação das novas etiquetas
Decisores políticos/administração pública
  • Municípios
  • Órgãos da administração local
  • Entidades responsáveis por incentivos, aquisições
  • Autoridades de fiscalização do mercado
  • Diretrizes para compras públicas
  • Diretrizes e apoio a esquemas de incentivos ou departamentos de compras (incluindo compras ecologicamente orientadas)
  • Experiências de implementação para autoridades de fiscalização do mercado
Multiplicadores
  • Organizações de consumidores
  • Consultores na área da energia
  • Agências de energia
  • Organizações ambientais
  • Comercializadores de energia, etc
  • Informação online
  • Informação impressa
Media
  • Media do consumidor: Web, meios de comunicação social, impressões, TV, Rádio
  • Media especializada
  • Conteúdo para campanha de informação (artigos, conteúdo para social media, spots de TV)
Principais agentes ao nível da UE
  • Desenvolvimento da legislação sobre etiquetagem energética
  • Fiscalização do mercado da etiquetagem energética
  • Experiências e recomendações para o desenvolvimento de legislação e ações de fiscalização do mercado

A União Europeia adotou um formato e identidade visual novos para as novas etiquetas energéticas para 6 grupos de produtos:

 

As novas etiquetas serão disponibilizadas para os consumidores europeus nas lojas físicas e on-line a partir de 1 de março de 2021 e a partir de 1 de setembro de 2021 para as fontes de luz. Atenção que esta alteração abrange nesta fase apenas 6 categorias de produto, pelo que alguns produtos como ares-condicionados, fornos e aquecedores manterão a etiqueta energética atual. A transição da etiqueta destes produtos para a nova etiqueta ocorrerá numa data posterior

Quais as novidades da etiqueta energética?

Cálculos da Comissão Europeia estimam que a poupança anual total de energia final das novas etiquetas atinja os 38 TWh/ano até 2030, equivalente ao consumo anual de eletricidade da Hungria.

  • Regresso à bem conhecida escala de A a G adotando novas formas de cálculo para classificar os produtos em comercialização no mercado Europeu;
  • Criação de uma base de dados digital de produtos onde os fornecedores devem colocar toda a informação relativa aos produtos com etiqueta energética que comercializam no mercado Europeu permitindo uma maior transparência e facilidade nos procedimentos de vigilância e fiscalização do mercado pelas autoridades nacionais.
  • Inclusão de um novo elemento na etiqueta, um código QR que os consumidores podem digitalizar com um smartphone comum e aceder à informação que consta sobre cada produto na base de dados de produtos digital.
  • Dependendo do produto, as etiquetas energéticas exibirão, não apenas o consumo de eletricidade, mas também outras informações energéticas e não energéticas (informações sobre o consumo de água por ciclo de lavagem completo, capacidade de armazenamento, ruído emitido, etc.), com novos e intuitivos pictogramas, para comparar produtos e realizar uma compra mais informada.